quinta-feira, 9 de junho de 2011

AUTISMO,nunca é demais o saber.

É sabido que o autismo é um distúrbio de desenvolvimento, com etiologias múltiplas
(ASSUMPÇÃO, 1995), de origem neurobiológica (GILBERG & COLEMAN, 1992 apud BOSA
& CALLIAS, 2000), não tendo nada a ver com problemas na interação mãe-bebê, com fatores
ambientais, com vacinas e diversas outras hipóteses já levantadas a respeito da doença.
O autismo é uma doença congênita, não temos o poder de criar filhos autistas, eles nascem
com esta deficiência, que pode se manifestar desde seu nascimento (sendo o autismo clássico)
ou até o dois anos de idade (regressivo).
De acordo com o DSM IV-TR (2002) este transtorno de desenvolvimento afeta 1:1000
crianças, tendo incidência maior no sexo masculino (3:1/4:1).
Infelizmente não existe ainda um exame de sangue ou um teste que possa ser feito para se
diagnosticar o autismo durante a gestação ou após o nascimento. Então, este diagnóstico sim é
comportamental, a causa não (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 1980). Seus
maiores déficits apresentam-se nas áreas de socialização, comunicação e imaginação
(AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 1980), e sabemos que quanto antes
diagnosticada, há muito mais chances de progressos. A doença manifesta-se geralmente durante
os três primeiros anos de vida. (DSM IV-TR, 2002).
O trabalho tem a intenção de estudar o Método TEACCH, utilizado para auxiliar no
desenvolvimento das atividades diárias dos portadores de autismo, acrescentando qualidade de
vida para eles e seus familiares. Podemos avaliar alguns fatores que atingem estas crianças para
auxiliar no seu tratamento, através da metodologia TEACCH.
Buscamos a fundamentação teórica do trabalho na Teoria da Mente, que, conforme
Premack e Woodruff (1978) é a capacidade em atribuir a si próprio ou a outrem, pensamentos e
sentimentos para explicar comportamentos. Quer dizer, compreender o faz de conta nos outros, o
estado mental das outras pessoas, como seus desejos, crenças e intenções (BARON-COHEN,
LEASLIE & FRITH, 1985, FRITH, 1989 apud CAIXETA, 2002).
Segundo Baron-Cohen (1989 apud CAIXETA, 2002), um dos subcomponentes mentais
imprescindível para a existência da teoria da mente seria a Atenção Compartilhada, que são
comportamentos revestidos de propósito declarativo. Seria a capacidade que a criança tem de
compartilhar a atenção e o interesse com outra pessoa, através de gestos, como apontar e
direcionar o olhar do outro para aquilo do seu interesse (MUNDY & SIGMAN, 1986).
No bebê normal, esta atitude é esperada no segundo semestre de vida, já em crianças
portadoras de autismo, este comportamento é mais tardio (Franco e Butterworth, 1991 apud